quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Vida de estrada

Noite terrível... Dormi aos bocadinhos e tanto que precisava de dormir...
As minhas três crianças estão doentes... mais uma virose daquelas que ninguém sabe explicar a origem... basicamente é tossir, tossir, tossir até vomitar... e vomitar como se não houvesse amanhã...sai em todas as direções... e quando se pensa que está tudo calmo... volta tudo ao início... primeiro uma das gémeas...depois a outra e por fim o pequenino... Experimentei dormitar em três camas e fui acabar no sofá... faltou apenas deitar-me no berço!!!

Entro no carro para vir para o trabalho e oiço está música que me encheu de ânimo... vale a pena ouvir e ler a letra... 
Quem me dera ir daqui para fora...quando os meus filhos estão doentes... É que dá mesmo vontade...

Siga em fila vai 
Nove emprego cinco sai 
Quinto império do atalho 
Bomba, escola, pão, talho 

Trívia, televisão 
Aurora do quadrilião 
No ar um cheiro a esturro 
Bom pró esperto, mau pró burro 

Perto, tão perto do oásis no deserto 
Longe, tão longe de ir lá hoje 
Mora, demora 
O que é bom nunca é pra agora 
Quem me dera ir daqui pra fora 

Trânsito no Jamor 
A ouvir notícias do terror 
Troika, bolha imobiliária 
É cara a vida e a pensão precária 

Água, cabo, net 
Luz, ginásio, yoga, creche 
IUC, IMI, IRS 
Paga paga, esquece esquece 

Fraco tão fraco o sol neste buraco 
Boa, tão boa a vida boa 
Mora, demora 
O que é bom nunca é pra agora 
Quem me dera ir daqui pra fora 

Mergulhar, mãos no volante e adiante 
Pra qualquer lugar 
Vidro aberto, rádio alto, no asfalto 
Sem apoquentar 
Saborear o mar, as serras 
Cobrir-me de pó e geada 
Roer o osso desta terra 
Na vida de estrada 

Sismo no Japão 
Zara, nova coleção 
Espionagem, guerra, muda o tema 
Woody Allen no cinema 

Zapping e jornal 
Série e logo futebol 
O vizinho num concurso 
A fazer figura de urso 

Chato, tão chato papar grupo barato 
Oco, tão oco o circo louco 
Mora, demora 
O que é bom nunca é pra agora 
Quem me dera ir daqui pra fora 

Mergulhar, mãos no volante e adiante 
Pra qualquer lugar 
Vidro aberto, rádio alto, no asfalto 
Sem apoquentar 
Saborear o mar, as serras 
Cobrir-me de pó e geada 
Roer o osso desta terra 
Na vida de estrada 

Onde não há prazos nem obrigações 
Não há debates nem euromilhões 
Onde o sol eleva e a frescura acata 
Sem consulta ao homeopata 

Onde a cura é sem vacina 
E a cardina é sem pesar 
Por lagoas e colinas 
Vê-se a lágrima a secar 

Dá o vento na cara 
E nada nos pára 
Nada nos pára 

Perto, tão perto do oásis no deserto 
Longe, tão longe de ir lá hoje 
Mora, demora, 
O que é bom nunca é pra agora 
Quem me dera ir 
Quem me dera ir daqui 
Quem me dera ir daqui pra fora 

Mergulhar, mãos no volante e adiante 
Pra qualquer lugar 
Vidro aberto, rádio alto, no asfalto 
Sem apoquentar 
Saborear o mar, as serras 
Cobrir-me de pó e geada 
Roer o osso desta terra 
Na vida de estrada

6 comentários:

  1. Esta altura é sempre complicada com doenças e muitas noites mal dormidas. O importante mesmo é manter a força, em breve eles vão recuperar e as coisas vão ficar mais calmas :)

    http://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/

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  2. Que a próxima noite seja bem melhor...e que todos os pequenitos melhorem rápido.

    Isabel Sá
    http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

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