segunda-feira, 18 de agosto de 2014

20.º Domingo do Tempo Comum

"Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas" (Mateus 15:28)

O Evangelho deste domingo revela uma história cheia de contrastes. Jesus andava, por ali, pelas terras do costume, fazendo milagres, pregando, encontrando-se com pessoas e aparece-lhe uma mulher estrangeira. Não era do povo de Israel, não era do grupo, não era da cultura e não era, também, da missão prioritária de Jesus. 

Contudo aquela mulher é mãe e tem uma necessidade especial: a sua filha está gravemente doente. E apresenta-se a Jesus pedindo insistentemente que Este cure a sua filha, que dê à sua filha aquilo que todos os pais querem para os seus filhos: a alegria, a felicidade, a paz e, neste caso, a cura, a cura profunda da sua doença. 

E Jesus tem uma primeira reação estranha, rude e até de alguma ligeireza. Jesus rejeita a mulher! Jesus usa até uma expressão muito dura: "quando o dono da casa está à mesa com os filhos não dá comida aos cachorros". 

E a mulher num rasgo, por um lado de humildade, por outro de profundo amor pela sua filha e, portanto, de urgência pela cura, arrisca a insistência. E a insistência é traduzida numa expressão belíssima e fortíssima: “mas até os cães comem das migalhas que caem da mesa do dono”. E Jesus como que se rende, fica quase sem palavras. Parece que se rende, mas é mais do que isso. Percebe-se de Jesus que Ele estava à espera de poder apresentar, a todos, este exemplo de fé. 

E o que é que é este exemplo de fé? É o de uma mulher que por amor, por amor da sua filha, da necessidade da sua filha, agarra-se verdadeiramente a Jesus. Agarra-se a Jesus porque sabe que Ele tem força curativa. Agarra-se a Jesus porque sabe que Ele é salvador, é capaz de transformar o mal em bem.

Agarra-se a Jesus porque do seu coração nasce um movimento de confiança, de certeza de que Dali vem o que só Deus pode trazer. Dali vem o amor que cura, o amor que redime, o amor que transforma. 

Esta mulher merece, por isso, de Jesus o elogio maior que pode haver: “nunca vi tão grande fé em Israel”. O que nos diz que a fé é isto. A fé é humildade confiante; humildade que se põe aos pés de Jesus, humildade que insiste com Jesus, humildade que não se sobrepõe a Jesus. Mas a fé é, igualmente, amor que espera, amor que sabe donde vem o bem e a vida, amor que sabe que daquele rosto, daquele Senhor, daquele gesto vem a salvação, vem sempre a salvação; quaisquer que sejam os timings, quaisquer que sejam as etapas; quaisquer que sejam as circunstâncias ou quaisquer que sejam, até, os caminhos, por mais sinuosos que pareçam. O amor é a chave da fé. 

5 comentários:

  1. Acho sempre muito interessante estes textos que deixas, é sempre bastante inspirador :)

    http://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/

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  2. Pois eu acho muito mais que isso! Aqueles que têm a benesse de Viver a sua espiritualidade em AMOR, ou seja, no Amor a Deus, ao seu filho, e ao próximo, detêm um um outro tipo Visão na forma com vivem a própria Vida...tudo parece mais belo, mais simples e as coisas mais pequeninas, tornam-se as de maior valor..."esses", são de longe, OS MAIS FELIZES!!!

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    1. As coisas mais pequeninas são sempre as mais belas...por muito que se queira passar a imagem do contrário...

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  3. Pena só é as pessoas não saberem agradecer, somente pedem.

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