segunda-feira, 11 de agosto de 2014

19.º Domingo do Tempo Comum

"Homem de pouca fé, porque duvidaste?" Mt 14, 31

O episódio deste domingo situa-se na área do lago de Tiberíades ou de Genesaré, esse lago de água doce com 21 quilómetros de comprimento e 12 de largura situado na Galileia e que é o grande reservatório de água doce da Palestina, precisamente a zona que está em guerra atualmente!

Para os judeus, o mar – e o lago de Tiberíades ou de Genesaré é considerado, para todos os efeitos, um “mar” – era o lugar onde habitavam os monstros, os demónios e todas as forças que se opunham à vida e à felicidade do homem. Na perspectiva da teologia judaica, no mar o homem estava à mercê das forças demoníacas; e só o poder de Deus podia salvá-lo…

O “barco” dos discípulos tem de abrir caminho através de um mar de dificuldades, continuamente batido pela hostilidade dos que não acreditam e pela recusa do mundo em acolher os projetos de Jesus. Todos os dias o mundo me mostra – com um sorriso irónico – que os valores em que acredito e que procuro testemunhar estão ultrapassados. Todos os dias o mundo insiste em provar-me – às vezes com agressividade – que só serei competitivo e vencedor quando usar as armas da arrogância, do poder, do orgulho, da prepotência, da ganância… Como devo colocar-me face a isto? É possível desempenhar o meu papel no mundo, com rigor e competência, sem perder as referências cristãs e sem trair os seus valores?

Para que seja possível viver de forma coerente e corajosa na dinâmica cristã, os discípulos têm de estar conscientes da presença de Jesus, o Senhor da vida e da história, que as forças do mal nunca conseguirão vencer nem domesticar. Ele diz aos discípulos, tantas vezes desanimados e assustados face às dificuldades e às perseguições: “tende confiança. Sou Eu. Não temais”. Os discípulos sabem, assim, que não há qualquer razão para se deixarem afundar no desespero e na desilusão. Mesmo quando a sua fé vacila, eles sabem que a mão de Jesus está lá, estendida, para que eles não sejam submergidos pelas forças do egoísmo, da injustiça, da morte. Jesus, vivo e ressuscitado, não deixa nunca que sejamos vencidos. Poderoso!

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