O tempo voa mas lembro-me como se tivesse sido ontem... foi há 16 anos... eram 11 horas e ia ter aula de Educação Física no Pavilhão... marquei encontro com ela na porta das traseiras da cantina... um sítio mágico que hoje está ligeiramente alterado mas que ainda existe... nunca tinha passado por aquela situação... tremia por todo o lado... tinha 17 anos... sempre fui rapazinho de passar os intervalos a jogar futebol e não queria saber de namoros... sempre achei que isso seria para depois... mas aquela rapariga mexia comigo, não havia volta a dar...
O meu pai era professor dela e a primeira vez que a vi foi numa fotografia de um livro de ponto e depois na ficha de aluna... Um dia enchi-me de coragem e escrevi-lhe uma carta... deixei-a num sítio estratégico e fugi... pedi a uma amiga comum que lhe falasse na carta... Morria de vergonha de enfrentá-la... de encontrá-la... de me cruzar face a face... que bem sabe a ingenuidade...
Mas naquele dia, há 16 anos, às 11 horas na impossibilidade de eu próprio arriscar dar-lhe um beijo e levar uma tampa, perguntei-lhe: "Podes dar-me um beijo?"... Ela não respondeu e pura e simplesmente avançou... Foi um momento que guardarei para sempre na minha memória... Foi o primeiro beijo oficial, sentido, intenso...
Atualmente cada um seguiu a sua vida mas gosto de recordar este momento porque olho para os adolescentes de hoje e acho que eles já não passam por isto... é tudo mais volátil, mais sem sal, hoje gosto mas amanhã já não gosto, depois avançam logo para outros andamentos e esquecem o beijo,e já agora quem é que escreve cartas hoje em dia? Não é mais fácil mandar um sms escrito em siglas ou meter conversa nas redes sociais?...
Resumindo, não será o beijo uma das maiores demostrações de afeto, de carinho, de amor? Quantas vezes não beijamos a nossa mulher quando saímos de casa? Ou quando regressamos? Ou se beijamos, quantas vezes beijamos sem sabor, sem intensidade e só por rotina?
Tão giro...!
ResponderEliminarBj S