"Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo».” Mc 1, 41
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“Se quiseres podes curar-me” - diz o leproso, ao que Jesus responde “Quero: fica limpo”. O querer de Jesus, o simples toque com a mão estendida e a sua palavra bastaram para transformar uma vida. E também nós podemos tocar os que nos rodeiam...
Nascemos e crescemos com uma necessidade profunda de tocar e ser tocados. A nossa pele, mais do que uma proteção, é um território de encontro e diálogo. Os braços e as mãos, não se elevam como asas, mas desejam abraços e carícias. Deus, ao modelar-nos, fez-nos “tocáveis”, a criar também com o nosso toque, a dar vida com os nossos gestos, a precisar da vida que recebemos de quem nos abraça. Quem desconhece a importância fundamental de um bébé crescer rodeado de carinho, que as mãos, o colo e os lábios transmitem? E porque nos tornamos “intocáveis” à custa de preconceitos e violências? Sim, há toques cheios de amor e que nos recriam, e outros que humilham e desumanizam. Mas sabemos distinguir uns dos outros, não é verdade?
As palavras têm uma força admirável. Mas sem o toque que lhes dá vida, pouco valem. Precisamos mais de abraços do que de leis, mais de carinho do que de condenações.
Quais são as minhas lepras? Quais são as doenças físicas ou espirituais que me afastam dos outros, dos que sofrem, dos que passam fome, dos que estão em dificuldade, da minha minha mulher, dos meus filhos, dos meus familiares? A minha preguiça? A minha falta de humildade? A minha presunção? A minha mania da riqueza? O meu bem-estar? O meu orgulho? Podem ser tantas as lepras...
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