Os africanos que demandam uma melhor vida e morrem engolidos no Mediterrâneo, entregando-se às mãos de verdadeiros traficantes de escravos da fome e da miséria de hoje; os portugueses desempregados e em risco de pobreza e exclusão social, conforme o relatório da Cáritas Europa 2015; os perseguidos e violentados por terem uma fé diferente, as crianças colocadas nas mãos de pais que não lhes ligam nenhuma e pior, lhes fazem mal... Enfim, a humanidade das muitas periferias, dos muitos abandonos e indiferenças, da dignidade de vida ainda não reconhecida. São exemplos, mas podiam ser tantos outros, de "ovelhas" que precisam de "bons pastores"... E onde andam eles? Não há uma crise de bons pastores?
Pergunto eu: em que nos tornamos quando deixamos de arriscar para que os mais frágeis tenham uma vida digna? E se estamos em lugares de poder e responsabilidade, quantas vezes escandalosamente remunerados, que atenção cultivamos para não nos tornarmos mercenários?!
Aprender a ser bom pastor insere-se no aprender a sermos humanos. Liga-se aos valores e à educação, na família e na convivência social. Aprende-se mais pelo exemplo do que pelas teorias, pelas escolhas e pela capacidade de aprender com os erros. Fundamenta-se em princípios que se chamam: direito à vida, à liberdade, ao trabalho, e a todos os outros da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Concretiza-se na responsabilidade por construir um mundo mais justo e humano. Grava-se no nosso espírito desde tenra idade... É impossível ficar indiferente... É preciso fazer algo, nem que seja, pura e simplesmente, olhar para o nosso vizinho que sofre, para a pessoa que está ao nosso lado onde quer que estejamos pois apesar de não parecer, poderá precisar de ajuda...
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