Hoje é o dia Mundial do Coração e sabe bem falar ao coração. O Homem tem o coração muito empedernido e basta olhar para o nosso lado para logo se constatarem tantos exemplos disso. Às vezes penso que os bons exemplos tendem a esconder-se, a refugiar-se. Quantas vezes se vê publicidade positiva a matérias de índole tão duvidosa, para não dizer outra coisa. E, quantas vezes se aproximam pessoas de nós, que escondidas pela capa do bem, nos querem efetivamente fazer mal...
Mas não nos deixemos enganar pois também podemos cair no erro de ansiar pelo bem, pelo fazer bem feito e isso pode ser mau. Dito de outra forma, querer o bem nem sempre é bom e por paradoxal que pareça, querer o bem pode ser mau. É de facto mau, quando queremos o bem só para nós, ciumenta e invejosamente. Às vezes, os nossos maus olhos levam-nos a retirar o bem do alcance dos outros, e até a destruí-lo. Ora, o bem que divide e exclui nunca é bem. O bem mostra-se tal apenas quando faz união, amizade, pura alegria entre todos.
Um simples copo de água, dado com amor, pode resolver tanta coisa, tantos problemas. É preciso ir atrás desta busca pelo bem. E por isso é necessário prestar toda a atenção às nossas mãos, pés, olhos, coração. A mão, que indica a nossa ação, pode fazer o bem ou o mal. Se faz o mal, é melhor cortá-la, como faz o lavrador cuidadoso aos ramos secos das videiras e das árvores de fruto. O pé, que indica o nosso caminhar, pode levar-nos por e para maus caminhos. Se nos conduz para o abismo, é melhor cortá-lo. O olho, que indica os nossos desejos de bem e de amor ou de cobiça, ódio, raivas e ciúmes, pode levar-nos à amizade e ao amor ou ao ciúme e à inveja. Estas últimas maneiras de ver levam-nos ao mal, e, portanto, ao sentimento venenoso de queremos o bem só para nós. Aí está como querer o bem nem sempre é bom; pode ser mau. Saibamos, pois, cuidar do nosso coração para podermos ir ao encontro do coração do outro, uma vez que não o podemos arrancar.
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