segunda-feira, 26 de maio de 2014

6.º Domingo de Páscoa

"Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco.” Jo 14, 16

Muitas vezes nos sentimos impotentes face à guerra e ao terrorismo; não conseguimos prever e evitar as catástrofes naturais; sofremos por causa da injustiça e da opressão; vemos o mundo construir-se de acordo com critérios de egoísmo e de materialismo; não podemos evitar a doença e a morte…

Acreditamos no Deus existe, mas ele parece nunca mais chegar, e caminhamos, desanimados e frustrados, para um futuro que não sabemos aonde conduzirá a humanidade. 

No entanto, nós os crentes temos razões para ter esperança: Jesus garantiu-nos que não nos deixaria órfãos e que estaria sempre a nosso lado. 

Quando fazemos a leitura do mundo e da história, o que é que prevalece: o pessimismo de quem se sente só e perdido no meio de forças de morte, ou a esperança de quem está seguro de que Jesus ressuscitado continua presente, a acompanhar a caminhada da sua comunidade pela história?

Neste Domingo Jesus promete o envio de um outro Defensor, de um Consolador (belos nomes para o Espírito Santo). Para estarmos sempre com Ele. E chama-lhe “Espírito da verdade”. A verdade do amor de Deus, que só se pode anunciar com a vida, que não pode ser imposta a ninguém, que não condena nem julga mas pela qual podemos dar a vida. Terrível é a tentação de nos fazermos “guardiões da verdade”, “defensores de Deus” (quase sempre reduzimos Deus à estreiteza das nossas ideias ou à mesquinhez do nosso coração!). Sim, é a verdade que expõe a mentira e a injustiça, que não pactua com a exploração e a irresponsabilidade.

Nestes dias fiquei estupefacto com uma das conclusões de um estudo, da autoria do psicólogo forense Mauro Paulino, sobre “a mulher e a violência doméstica”, no âmbito de uma tese de mestrado pela Universidade Nova de Lisboa, realizado através de entrevistas a 76 mulheres e análise de 458 processos da delegação de Lisboa do Instituto Nacional de Medicina Legal. 

Segundo o autor quantas mais forem as crenças, maior é o tempo que uma mulher está na relação: "As mulheres católicas banalizam mais a violência dos que as restantes, aceitando o seu papel na relação agressora, como se o facto de serem católicas fizesse com que banalizem a violência, atribuindo a culpa dessa violência a elas próprias

Senhor, não quero acreditar que seja verdade! 

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