segunda-feira, 12 de maio de 2014

4.º Domingo de Páscoa

A Igreja celebrou ontem o domingo do Bom Pastor, e no Evangelho, Jesus retoma uma imagem muito conhecida no Antigo Testamento para referir-se à relação entre Deus e o seu povo. Trata-se da imagem do pastor: Deus é, para Israel, como um pastor que conhece cada uma das suas ovelhas pelo nome, apascenta-as com esmero e dedicação, sabe o que é bom para cada uma delas e as conduz para que encontrem pastos suculentos e se alimentem bem.

Jesus dirige-se aos fariseus através de uma parábola (Jo 10.1-7). Fala em dois tipos de pastores: alguns são ladrões e bandidos, cuja intenção é apropriar-se das ovelhas e utilizá-las para seu proveito pessoal. Em contrapartida, o bom pastor entra pela porta do redil para cuidar das ovelhas, conduzi-las em busca de pastos abundantes e reuni-las num só rebanho. As ovelhas, por sua vez, em plena liberdade, escutam a voz do bom pastor, reconhecem-na e seguem-na.

Os fariseus não compreenderam a mensagem da parábola por uma simples razão: eles só se escutam a si mesmos e acreditam saber tudo sobre Deus (cf. Jo 9.24-34). Ao contrário dos fariseus, Jesus, o bom pastor que fala a Palavra do Pai (Jo 7.16-18) e se coloca a serviço das ovelhas, conhece-as pessoalmente, cuida delas com amor e oferece-lhes sua vida em abundância. Jesus é a porta para encontrar a salvação.

Quem se dispõe a escutar Jesus e a deixar que sua Palavra ressoe na mente e no coração, pode reconhecer nele a voz do pastor que convida à comunhão fraterna e ao serviço dos outros, encontrando a vida em abundância.

Conhecer e crescer em intimidade com Jesus é o que o Pai deseja para todos. Por isso a escuta é fundamental; a alegria de ouvirmos o nosso nome na Sua boca é revitalizador; descobrir que Ele fala na voz de outros e na nossa também, é convite à comunhão. Criar espaços e condições para essa escuta e diálogo mútuos, entre nós e com Jesus, chama-se evangelização. Mas se andarmos de auscultadores sempre postos, ou a seguir vozes que não nos deixam pensar por nós próprios, bem pode Jesus chamar-nos que dificilmente O ouviremos.

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