quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Nunca terminar o dia "sem fazer as pazes"


Até pode voar um prato mas não acabem o dia sem fazer as pazes




Ainda não tinha tido oportunidade de ler as palavras sábias do Santo Padre a propósito do Dia de São Valentimque decorreu em clima de festa e comoção, na manhã da passada sexta-feira, 14 de fevereiro, na Praça São Pedro.


Várias têm sido notícias e os comentários sobre o assunto e mais uma vez o Papa Francisco na sua simplicidade consegue tocar os corações de crentes e não crentes...

Acho que o Mundo precisa muito destas palavras...

Sei que o post é grande mas garanto-vos que vale a pena...

Aqui vai...

Participaram mais de 25 mil pessoas na audiência especial do Papa Francisco aos noivos do mundo inteiro, no contexto do encontro "A alegria do Sim para sempre", promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, no dia de São Valentim – bispo e mártir, data em que se celebra na Europa, e em vários países do hemisfério norte, o Dia dos Namorados.

Tudo começou com uma frase bomba aos olhos do mundo de hoje: "Jovens, não tenhais medo de vos casar: unidos num matrimónio fiel e fecundo, sereis felizes" –, de seguida o Papa saudou os casais presentes e respondeu às perguntas sobre o valor do matrimónio, que três deles lhe fizeram.


Respondendo às perguntas de três casais, o Pontífice fez um quadro da sociedade contemporânea: "Muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas, para a vida inteira, parece impossível".

"Hoje tudo muda rapidamente, nada dura muito tempo." Contudo, o amor é uma relação, "é uma realidade que cresce", "que se constrói como uma casa. E a casa constrói-se a dois, não sozinhos". "Construir significa favorecer e ajudar o crescimento".

"Caros noivos, vocês estão a preparar-se para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos que vão e que vêm, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce deste projeto de amor que quer crescer como se constrói uma casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio. Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também queremos que seja estável e para sempre o amor que funda a família. Por favor, não nos deixemos vencer pela "cultura do provisório"! Essa cultura que hoje nos invade a todos, essa cultura do provisório. Isso não é bom!"

Diante do medo do "para sempre", a "cura" dia após dia é confiar-se "ao Senhor numa vida que se torna um caminho espiritual quotidiano, feito de passos, de crescimento comum, de compromisso a se tornarem homens e mulheres amadurecidos na fé". Porque o "para sempre" não é somente uma questão de duração.

"Um matrimónio não obtém êxito somente pela duração, mas é importante a sua qualidade. O desafio dos esposos cristãos é estar juntos e saber amar-se para sempre."

Referindo-se ao milagre das bodas de Canã, o Santo Padre recordou aos noivos que "o Senhor pode multiplicar" o amor deles e oferecê-lo "fresco e agradável todos os dias", porque "dispõe de uma reserva infinita", "o renova", "o reforça" e "o torna ainda maior quando a família cresce com os filhos". Neste caminho devem ser observadas algumas "regras", tais como "pedir licença, obrigado e perdão".

"Pedir licença significa saber entrar com cortesia na vida dos outros. Mas ouçam o seguinte: saber entrar com cortesia na vida dos outros não é fácil! Não é fácil! Ao invés, por vezes, utilizam-se maneiras de certo modo pesadas, com botas de montanha! O amor verdadeiro não se impõe com dureza e agressividade."

Por outro lado, refletiu o Santo Padre, "nas nossas famílias, no nosso mundo, muitas vezes violento e arrogante, é preciso muita cortesia". Em seguida, falou sobre a gratidão, outro "sentimento importante".

"Na vossa relação, e amanhã na vida matrimonial, é importante manter a consciência clara de que a outra pessoa é um dom de Deus e aos dons de Deus diz-se: "Obrigado!"

Depois, um exame de consciência, porque "na vida cometemos erros, muitos erros": o homem é levado "a acusar o outro e a justificar-se a si mesmo", é "um instinto que está na origem de muitos fracassos: Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpas"; nunca terminar o dia "sem fazer as pazes".

"Todos sabemos que não existe a família perfeita, e nem mesmo o marido perfeito, ou a mulher perfeita. Nem falemos da sogra perfeita! Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, nos ensina um segredo: jamais terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte a nossa casa, à nossa família."

Em seguida, fez uma reflexão sobre a festa nupcial: "que seja uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa mundana", porque o que torna o matrimónio "pleno e profundamente verdadeiro" é "a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça". "Ele é o segredo da alegria plena, daquela alegria que verdadeiramente aquece o coração".

"É bom que a cerimónia seja sóbria e foque aquilo que é verdadeiramente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, com o banquete, as fotografias, as roupas e a flores... São coisas importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da vossa alegria: a bênção do Senhor sobre o vosso amor."

 "Assim, os vossos filhos terão essa herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se – um ao outro – mais homem e mais mulher!"

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